Em uma ação há muito tempo não realizada, a Prefeitura de Aracruz, por meio das secretarias de Transporte e Serviços Urbanos (Setrans) e Meio Ambiente (Semam), em parceira com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) e Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (IDAF), conseguiu a liberação para a limpeza e poda da restinga da orla do município. O trabalho teve início na última semana, em Santa Cruz, com uma limpeza de capina na área de restinga. Na ocasião, foi retirada a vegetação exótica que estava comprometendo o crescimento da mesma, além do visual da orla.

Como extensão do serviço, foi solicitado aos órgãos gestores das unidades de conservação - ICMBIO, IDAF e Secretaria de Meio Ambiente -, a autorização e anuências para limpeza e poda das restingas de Mar Azul, Putiri, Praia dos Quinze e Barra do Sahy. “O serviço de poda será realizado apenas em vegetações que estiverem ultrapassando o limite delimitado com as "toras de eucalipto", determinado para preservação da restinga, que segundo o IDAF essa área excedente é considerado via pública”, comenta Juscela Mara Del Pupo, gerente de Limpeza Pública e Coleta Seletiva.

O serviço será realizado pela empresa Ambitec e equipe de poda do município. A atividade será gerenciada pela Secretaria de Transportes e Serviços Urbanos, por meio da gerência de Limpeza Urbana, e pela Secretaria de Meio Ambiente, por meio da gerência de Arborização e Paisagismo, e contará com a fiscalização no local do ICMBIO, IDAF e fiscais ambientais do município. A previsão é que o término do serviço ocorra no final de novembro.

Para essas atividades será utilizada máquina costal, próprias para roçada e corte de capim alto, além de foice e facão. Segundo Juscela Mara, esse tipo de limpeza não era realizada há anos, em função do receio em atuar com esse serviço em áreas de preservação. Porém, com a realização desta parceria, o serviço já está em execução.

Ainda de acordo com a gerente, a preservação da restinga é muito importante, pois é comum ver resíduos sólidos descartados dentro de sua área, além de outros casos em que elas são destruídas por cortes mal intencionados e até queimadas. “A importância da restinga está além do verde, pois a área ocupada por ela serve como barreira para "segurar" a areia do local, impedindo que com o tempo e intervenções naturais do vento, a areia invada as ruas. Juscela Mara comentou que existe a intenção do ordenamento dessas áreas de preservação em toda a orla.

A restinga
A restinga é um terreno arenoso e salino, próximo ao mar e coberto de plantas herbáceas características. Trata-se de um conjunto de comunidades vegetais, fisionomicamente distintas, sob influência marinha e flúvio marinha.

Estas comunidades, distribuídas em mosaico, ocorrem em áreas de grande diversidade ecológica, sendo consideradas comunidades edáficas, ou seja, comunidades que dependem mais da natureza do solo que do clima. Elas se distribuem geograficamente ao longo do litoral brasileiro, em pontos específicos na extensão de mais de 5000 km, não ocorrendo de forma contínua.

As principais formações ocorrem no litoral de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Alagoas, Sergipe e Bahia.

O ICMBIO
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade é uma autarquia em regime especial. Foi criado em 28 de agosto de 2007, pela Lei 11.516. É vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e integra o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama).

Cabe ao Instituto executar as ações do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, podendo propor, implantar, gerir, proteger, fiscalizar e monitorar as UCs instituídas pela União e ainda, fomentar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação e conservação da biodiversidade, além de exercer o poder de polícia ambiental para a proteção das Unidades de Conservação federais.

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