A Secretaria de Saúde da Prefeitura de Aracruz (Semsa) está oferecendo uma Capacitação em Redução de Danos e Biossegurança destinada a proprietários de salões de beleza, centros de estética e estúdios de tatuagem e piercing. Ela acontece na próxima segunda-feira (28/4), a partir das 13h, no auditório do Sesc, centro.

A ação objetiva oferecer medidas para redução de danos e doenças como DST/HIV/AIDS e Hepatites Virais, visando a qualificação profissional e a melhoria dos serviços prestados à população em geral. Contará com três palestras: “Legislação Sanitária e Biossegurança” com o farmacêutico Hildécio Lélisda Motta Filho; “Redução de Danos, DST/HIV/AIDS e HV” com o médico infectologista Dr. Rodrigo Bussular; e “Imunização” com a enfermeira Jennifer Guzzo.

Trata-se da primeira palestra voltada para profissionais do ramo da estética. A ideia surgiu por meio de um projeto criado pelo Programa Municipal de DST/HIV/AIDS e Hepatites Virais e Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde.

De acordo com o Farmacêutico Hildécio Filho, que irá apresentar a primeira palestra, o tema “Legislação Sanitária”, irá abordar as normas técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que protege tanto os profissionais quantos seus clientes. Já na “Biossegurança”, será tratado assuntos justamente de como buscar e manter uma vida segura.

“Nossa preocupação é alertar os proprietários para que seus clientes possam sair dos estabelecimentos com beleza e principalmente com saúde. Por isso iremos recomendar que todos tomem ciência e fiquem atento às normas de segurança”, comenta.

Material de trabalho
Ele ainda falou sobre uma medida que deve ser seguida pelos clientes, mas que encontra uma certa resistência por parte de manicures e pedicures, Os materiais de trabalho, como por exemplo, alicates, pinças, lixas e esmaltes, devem ser levados pelos próprios clientes. “O que acontece é que muitas vezes os proprietários preferem usar seus próprios instrumentos alegando que é mais fácil o manuseio pela constante prática e costume, e é ai onde se encontra o perigo”, pontuou.

Ele explica que o perigo de contágio está exatamente nesses instrumentos que muitas vezes não são devidamente esterilizados e limpos, podendo passar para os próximos clientes doenças como micoses e as hepatites B e C . “Por isso é recomendável que os proprietários contenham no mínimo seis jogos de alicates e lixas, o que está de acordo com a legislação”, explica.

Fator de risco
O médico infectologista Dr. Rodrigo Bussular comentou que é comum o paciente não saber onde o fator de risco se encontra, ou seja, onde e quando exatamente ele contraiu a doença. “Quando estou consultando meus pacientes, pergunto sobre seu passado, casos de doenças na família, parceiros sexuais, enfim, tudo isso com o propósito de tentar identificar o fator de risco. Sendo assim, para descobrir que um paciente se infectou em uma clínica de estética, fazemos uma “eliminação” de possibilidades, o que geralmente fica por último”, disse.

O infectologista explicou ainda que em função desses acontecimentos, o paciente deve redobrar a atenção e cuidados nesses ambientes. “O que acontece, às vezes por falta de instrução, é que as pessoas não se preocupam em saber das condições de higiene do meio onde têm costume de visitar, por isso eles devem ser sensibilizados a essa questão”.

A capacitação também será destinada a trabalhadores informais, que não sendo fiscalizados pela vigilância sanitária, estão mais vulneráveis à propagação de viroses. Um outro ponto importante é que, caso o cliente queira fazer o teste rápido para identificação de alguma doença, ele poderá fazer, assim como a imunização, nos postos de saúde do município ou no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA).

Para os proprietários interessados em participar, tantos os formais, quanto informais, basta comparecer no Sesc. Uma lista de presença deve ser assinada para a emissão do certificado de participação.