Encontro de bandas de congo marca lançamento de livro sobre a história do congo de Vila do Riacho

Publicado em: 17 de setembro de 2018
Texto: Secretaria de Comunicação
Imagem: O livro conta a história da Banda de Congo São Benedito do Rosário, de Aracruz, uma das mais antigas do Brasil
Encontro de bandas de congo marca lançamento de livro sobre a história do congo de Vila do Riacho

A história do congo de Vila do Riacho, em Aracruz, é uma das mais ricas e antigas do país. Foi nesta comunidade que foi fundada em 1798 a Banda de Congo São Benedito do Rosário, considerada a primeira do Brasil. Para registrar essa memória e torná-la conhecida pelas futuras gerações, a trajetória deste grupo foi pesquisada e detalhada em um livro, lançado no último domingo (16) em um grande evento na Vila do Riacho.

O livro “Banda de Congo São Benedito do Rosário: Uma história cheia de histórias”, teve a pesquisa e texto realizada por Alexandre Perim, com o patrocínio do Instituto Votorantim, representado no Espírito Santo pela Fibria.

O lançamento reuniu cinco bandas de congo de todo o Estado, grupo de capoeira, banda marcial e teatro, que saíram em cortejo pelas ruas da comunidade.

História cheia de histórias
Mestre Antônio e Dona Astrogilda, rainha do congo de Vila do Riacho, estampam a capa do livro que, de acordo com o autor, é uma coletânea de informações, fatos e histórias a respeito da Banda de Congo São Benedito do Rosário.

Durante o lançamento Dona Astrogilda fez questão de expressar sua paixão  pelo congo, com uma mensagem singela de gratidão: “Muito amor e carinho pra todos vocês e agradeço de coração os mestres que vieram”, disse.

O prefeito de Aracruz, Jones Cavaglieri, também comentou: “É um momento muito importante para a comunidade. Vila do Riacho tem muitas histórias para contar”.

Segundo a consultora de Sustentabilidade da Fibria, Sandra Oliveira, o livro faz parte de um projeto maior patrocinado pelo Instituto Votorantim, denominado Congo na Vila, que contará ainda com oficinas para fortalecer a história do congo nas escolas da Vila do Riacho e de fabricação de instrumentos junto à comunidade local.

“A proposta de apoiar o livro surgiu a partir de um diagnóstico realizado pela Fibria em Vila do Riacho em 2017, que identificou a importância do resgate da identidade e história do Congo e, consequentemente, sua valorização em Vila do Riacho. A partir de agora, a proposta é difundir esta história para outras regiões”, afirma Sandra.

O congo
O congo é um dos muitos conjuntos de dança, música e manifestações folclóricas existentes no Brasil. Alguns dizem que o Congado nasceu na África, inspirado nos antigos cortejos aos Reis Congos, como uma expressão de agradecimento do povo aos seus governantes.

Foi trazido para o Brasil pelos negros que vieram como escravos. Aqui, o Congo sofreu uma interferência cultural dos índios que viviam junto com os negros como escravos. Outros dizem que a herança teria vindo de um Banda primitiva de Congo dos índios Mutuns. Com o tempo, as bandas foram alterando seus aspectos indígenas, desaparecendo o nome “guarará”, substituído por Congo ou Tambor. Por isso, o conjunto passou a ser chamado de Banda de Congo, expressão que lembra a Velha África.

A versão mais defendida, sugere que tudo começou com a convivência de negros e índios nas senzalas e segue a linha sugerida pelo sociólogo Gilberto Freyre, de unir a espontaneidade de emoção e movimentos dos negros aos rituais compassados das cerimônias indígenas. Não existem documentos que comprovem oficialmente nenhuma dessas versões, portanto, toda a história é baseada nos depoimentos e ensinamentos que vêm passando de geração em geração.

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