Projeto vai recuperar 150 nascentes degradadas em Aracruz

Publicado em: 22 de março de 2017
Texto: Secretaria de Comunicação
Imagem: Técnicos do projeto Amigos da Água descobrem nascente seca durante mapeamento
Projeto vai recuperar 150 nascentes degradadas em Aracruz

Rios, córregos e lagoas completam o clima tropical de Aracruz. As águas que percorrem pelo território do município revelam belas paisagens, além de serem moradia das mais variadas espécies aquáticas e responsáveis por atrair a fauna nativa, abastecer casas e indústrias, auxiliar na agricultura e fornecer energia elétrica para mais de 96.000 aracruzenses.

É através de um processo natural envolvendo chuva, árvores e solo que a água começa a brotar das nascentes até se formar um rio, por exemplo. Somente em Aracruz são aproximadamente 1.376 cabeceiras de onde se inicia o percurso da água. No entanto, um diagnóstico realizado por técnicos da Secretaria Municipal de Agricultura (SEMAG) constatou que várias dessas nascentes precisam de cuidados imediatos.

“Boa parte das nascentes que fizemos mapeamento estão secas, enquanto outras se encontram em situações inadequadas, localizadas em áreas de pecuária sem a devida proteção, favorecendo o pisoteamento de animais e, além disso, não possuem mata ciliar – o que intensifica ainda mais a erosão do solo em torno da cabeceira“, relata a Engenheira Agrônoma da SEMAG, Rhayrane Pedroni, que integra a equipe técnica responsável pelo projeto de Recuperação e Reflorestamento de nascentes no Município de Aracruz.

O projeto é uma das ações desenvolvidas através do programa Amigos da Água. O objetivo será recuperar até meados deste ano pelo menos 150 nascentes degradadas localizadas em propriedades rurais e terras indígenas. Idealizado pela Secretaria Municipal de Agricultura, o plano é financiado pela Fundação Banco do Brasil e intermediado através de uma parceria entre o Instituto Peroá e coordenado pela Forest Meio Ambiente.

“O Instituto Peroá está como parceiro para ajudar na captação de recursos. Nossa meta principal é conseguir conscientizar cada vez mais a população sobre a importância de recuperar nascentes e matas ciliares”, explica a Engenheira Florestal e coordenadora do projeto, Bárbara Favalessa.

Entenda o trabalho do projeto
O primeiro passo do processo de recuperação das cabeceiras é a sensibilização da população e de produtores rurais através da Caravana da Agricultura, onde a equipe da SEMAG realiza reuniões junto à comunidade para explicar sobre a importância da recuperação e conservação de nascentes e de Áreas de Proteção Permanente (APP).

Os produtores interessados são cadastrados e, a partir daí, é feito o mapeamento da propriedade, quando são identificadas as nascentes. A equipe técnica do projeto realiza um estudo em torno do local, observando a situação do solo, nível de desmatamento e tamanho da área que será preciso cercar.

O passo seguinte é a execução. Os produtores recebem materiais suficientes para realizar o devido isolamento da nascente. São distribuídas estacas de eucalipto tratado, arames e grampos para a construção da cerca.

Até então vinte e cinco nascentes já foram cercadas e protegidas e agora estão em processo de acompanhamento. Segundo o Gerente de Desenvolvimento Agrícola da SEMAG, Francisco Selvatici, o isolamento da área é importante para conter o assoreamento. “Quando o local não está cercado ocorre o pisoteio de animais, e quando chove a terra degradada vai toda para a nascente, por isso é fundamental o isolamento da área. Se não for tomada alguma providência, em um período bem curto não vamos ter mais nascentes, pois vão se assoreando com a degradação do solo e com o tempo a nascente iria deixar de existir”, alertou.

Reflorestamento com plantas nativas
Além da construção de cercas de proteção para evitar o pisoteio de animais sobre as nascentes, o diagnóstico realizado pelo projeto também indicou a necessidade de reflorestamento com o plantio de árvores nativas, porque a maioria desses locais está desmatado.

O reflorestamento vai ajudar a diminuir o assoreamento e a aumentar a infiltração da água da chuva no lençol freático já que, durante o mapeamento, foi constatado que algumas nascentes estavam completamente secas, enquanto outras estavam em estado crítico ou haviam sofrido redução no volume de água nos últimos dez anos.

“É necessário reflorestar utilizando espécies pioneiras. Árvores maiores, como o Araribá ou o Pau-d'alho, por exemplo, não são ideais para ficarem próximas das nascentes. Espécies como o Embaúba, Ingá, Bananeira e Pitanga vão ajudar na proteção além de atraírem a fauna para o local. Dessa forma, também será feito um resgate da biodiversidade”, explica Rhayrane Pedroni.

Também segundo a engenheira agrônoma da SEMAG, sistemas agroflorestais podem ser utilizados durante o reflorestamento. “Em áreas com menos de quatro módulos fiscais é possível reflorestar com agro florestas; assim o produtor, além de ter árvores nativas em sua propriedade, poderá trabalhar com outras espécies que produzem alimento e dependendo podem até gerar lucro”, exemplifica.

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