Doutora em Educação, Maria Amélia Dalvi Salgueiro, palestra no Seminário de Conclusão do PNAIC

Publicado em: 30 de maio de 2018
Texto: Secretaria de Comunicação
Imagem: A palestra da Doutora em Educação, Maria Amélia Dalvi Salgueiro, foi embasada na literatura infantil e sua influência na construção de uma democracia
Doutora em Educação, Maria Amélia Dalvi Salgueiro, palestra no Seminário de Conclusão do PNAIC

O plenário da Câmara Municipal de Aracruz recebeu na noite desta terça-feira (29/05) o Seminário de Conclusão do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC 2017/2018). Trata-se de um compromisso formal assumido pelo Governo Federal, Estados e Municípios para assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os 08 anos de idade, ao final do 3º ano do Ensino Fundamental.

O evento, que foi destinado aos cursistas do pacto, contou com as presenças da Secretária de Educação, Ilza Rodrigues, sua Subsecretária Rosa Maria, do Secretário de Administração e Comunicação Luciano Forrechi e do prefeito Jones Cavaglieri. A atração da noite ficou por conta da palestra “Literatura infantil” da Doutora em Educação Maria Amélia Dalvi Salgueiro.

Durante as fala iniciais das autoridades a Secretária de Educação, Ilza Rodrigues comentou sobre as ações do PNAIC. “Hoje estamos realizando o fechamento desse Pacto, assinado por nós com recursos do Governo Federal na formação continuada de nossos professores. Nesse ano tivemos uma novidade, que foi a inclusão de professores do grupo cinco da educação infantil. Tivemos a participação de quase todos os professores, do grupo cinco até o 3º ano do ensino fundamental, e diretores da educação infantil”.

Ilza ainda falou das transforações no universo da educação infantil no município. “Posso garantir que foi de uma riqueza muito grande esse momento de trocas de experiências vivida por nossos professores, o que trouxe mudança de comportamento nas escolas por parte dos educadores. É nítido o que se vê nas escolas, e como isso alterou a prática pedagógica trazendo maior crescimento para nossas crianças”, ressalta.

O prefeito Jones Cavaglieri comentou que dará continuidade a esse trabalho investindo ainda mais no aprendizado das crianças. “Com a conclusão dessa formação não teremos mais um financiamento por parte do Governo Federal. Mas diante de sua grande importância, vamos dar continuidade com os recursos do tesouro, pois estamos falando da capacitação de professores que estão envolvidos diretamente com nossas crianças e seu aprendizado. Essa conclusão de hoje só vem coroar todo um trabalho que está sendo feito pela Secretaria de Educação. Nós entendemos que estamos investindo no alicerce das futuras gerações, caso contrário poderemos comprometer o futuro dessas crianças”, explica.

Após a falas das autoridades, os alunos do grupo 5 da escola CMEI Marília Resende, fantasiados de personagens da literatura infantil e sob a supervisão da professora Rosimere Nunes Duarte, fizeram uma bela apresentação teatral.



Literatura infantil e democracia
A palestra da Doutora em Educação, Maria Amélia Dalvi Salgueiro, foi embasada na literatura infantil e sua influência na construção de uma democracia. Ela também trabalha com orientação de pesquisas de graduação, mestrado e doutorado sobre educação literária, e suas inter-relações entre impressos, leitura, literatura e memórias literárias da escolarização.

No início de sua fala ela comentou sobre a necessidade de sempre se pensar na educação infantil. “Independente do momento que estamos vivenciando no nosso país, sempre é oportuno para pensarmos e refletirmos em educação, literatura e sobre a construção da democracia. Por isso optei em dar esse título à minha fala: Literatura infantil e democracia, pois me parece que é um tema fundamental e urgente”, enfatiza.

Maria Amélia explicou que o conceito de infância foi produzido historicamente, a partir doo Século XVI, quando crianças eram vistas pelas pessoas como adultos em miniaturas. “Elas não recebiam nenhuma educação diferenciada e não tinham um processo de formação separado da vida dos adultos. Porém, com a humanidade produzindo um conceito de infância, este dado foi fundamental para entendermos que podemos transformar essa noção de infância em direção à produção de uma maior democracia”.

Progressivamente as crianças foram retiradas do espaço público como trabalhadoras e colocadas em um espaço privado, doméstico e escolar. Para se ter uma ideia, elas somente ganhavam nomes após os dois anos de idade, em função da grande mortalidade infantil. “Mais de 50% das crianças morriam antes de completar dois anos”, fala.

Diante disso, quando a infância passou a ser entendida como uma idade especial, de formação do sujeito, da conservação dos valores ideológicos da família nucleada, e como aquela que levaria esses valores adiante, passaram a ver vistas como um patrimônio, como alguém que deveria ser protegida pela família e pelo estado. “Neste contexto da constituição de infância na modernidade, surge a literatura infantil como uma necessidade social, transmitindo e levando os valores da sociedade e suas novas gerações”, explica.

Na literatura dedicada especialmente às crianças se incluem histórias fictícias infantis e juvenis, biografias, além de poemas, obras folclóricas e culturais quase sempre constituídas de poucas palavras com muitas cores imagens e fotos, sendo ela fundamental para que crianças travem contato com os livros desde cedo, acostumando-se com sua textura, seu formato, seu cheiro e seu universo de possibilidades. Atualmente a literatura infantil não tem só este objetivo, hoje também é usada para propiciar uma nova visão da realidade, diversão e lazer.

   

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