Por Ricardo Hermeto Coelho

Há um mês está aberta a porta do novo endereço da Biblioteca Eugênio Antônio Bitti. Já era tempo da Biblioteca Pública de Aracruz mudar de ares para dar fôlego a sua importância e do papel social relevante que cumpre para a sociedade. Na realidade, apesar de seus 46 anos de funcionamento, a instituição pública permanece com vitalidade para manter-se como um indispensável centro de informação da comunidade aracruzense.

Aos poucos seus assíduos e novos frequentadores vão se acostumando com a localização do lugar: rua Padre João Bauer, 222, edifício Campagnaro, centro de Aracruz. De segunda a sexta-feira, das 7 às 18 horas, a população tem a sua disposição um acervo de obras de literatura em geral, em torno de 25.371 exemplares, entre atrativos disponíveis para leitura, estudo e pesquisa.

A novidade não para por aí. A intenção da Secretaria Municipal de Turismo e Cultura (Semtur) é, como próximo passo, investir na oferta de novas tecnologias da informação, como equipar o local com uma biblioteca virtual. “A PMA avançou em destinar um espaço mais amplo, arejado e estrategicamente localizado para facilitar o acesso e conforto do usuário a Biblioteca Pública”, destaca o secretário Helder Tabosa Delfino.

A coordenadora da Biblioteca Eugênio Antônio Bitti, Jane Cometti, ressalta que a biblioteca ainda tem um valor imenso na vida da sociedade, que não pode se perder. “É indiscutível que o hábito de ler perdeu lugar na vida atual, com as pessoas cada vez mais conectadas à internet. Contudo, acredito que nada se compara ao prazer do conhecimento através da obra impressa”.

Jane Cometti lembra que os usuários também podem pegar livros emprestados, desde que estejam devidamente cadastrados na biblioteca. Para se cadastrar é preciso ter em mãos comprovante de residência com endereço completo – sem cobrança de taxa. Segundo a coordenadora, em relação ao empréstimo, o prazo de devolução depende do tipo de obra desejado. “Livros de literatura terão prazo de 15 dias para devolução podendo ser renovado se não tiver reserva para outro usuário. Obras de referência e revistas somente poderão ser retiradas para cópias”, esclarece Jane.

A Biblioteca Pública Municipal também guarda com muito carinho relíquias impensadas. Em seu acervo, o livro mais raro é uma publicação de “Os Luziadas”, de Luís de Camões, de 1572, ou seja, a obra literária impressa tem 444 anos. Existe ainda uma Almanaque, de 1947, que completa, em 2016, 69 anos. Atrativos de uma instituição que foi inaugurada em 1968, com 700 volumes, 106 coleções, no valor de NCR$ 17.950,00 (dezessete mil, novecentos e cinquenta cruzeiros novos), doados pela comunidade com a colaboração do prefeito municipal Primo Bitti.

A instituição cultural de Aracruz é regularmente alimentada por títulos doados pelo cidadão comum e iniciativas outras, como a da Biblioteca Pública do Espírito Santo, que frequentemente destina remessas de livros para o acervo da biblioteca municipal. Hoje, 12 profissionais se dividem nas funções de cuidar de toda a estrutura e serviço prestado pela biblioteca, incluindo um trabalho sensível e dedicado de restauração de livros, uma raridade entre as bibliotecas do Espírito Santo.

A Biblioteca Eugênio Antônio Bitti está inscrita no cadastro do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), sendo credenciada a participar de Editais de Chamada Pública para escolha e obtenção de livros. Seu acervo é composto de livros técnicos, literatura e periódicos, selecionados e catalogados, atraem milhares de pessoas mensalmente a sede da biblioteca, com primazia do movimento frenético de estudantes e usuários da comunidade que chegam a levar para suas casas entre 350 a 550 livros por mês.