Seminário de pais no Cmei Chapeuzinho Vermelho traz inspiração para alinhar o desenvolvimento infantil ao currículo

Publicado em: 16 de outubro de 2025
Texto: Renato Lana de Faria
Imagem: Comunicação
Seminário de pais no Cmei Chapeuzinho Vermelho traz inspiração para alinhar o desenvolvimento infantil ao currículo

O Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Chapeuzinho Vermelho, Centro, vem realizando desde o início do ano letivo um projeto junto à comunidade escolar que visa mitigar os desafios que surgem na criação dos filhos, trazendo inspiração para que a escola consiga alinhar o desenvolvimento infantil ao currículo. Essas ações aconteceram em fevereiro, abril, maio, junho, e agora, no mês de outubro.

Nessa semana, a escola realizou um seminário virtual com a participação da educadora e especialista em infância e adolescência, Priscilla Montes. Ela mostrou que a primeira infância é considerada uma base invisível que sustenta toda a vida da pessoa. Segundo a educadora, “quando transformamos a forma de educar, transformamos uma sociedade inteira. Portanto, cuidar da infância é cuidar do futuro da humanidade”, afirmou.

Por meio de uma dinâmica, foi pedido aos participantes que eles buscassem uma lembrança de suas infâncias que mais vem à mente em apenas uma palavra, e qual seria o presente a ser dado a uma criança que ela levaria para toda sua vida. Como exemplo foi citado um canteiro de obra, pois aquilo que é bem planejado e construído com cuidado, dura uma vida inteira, já o que é feito às pressas, sem base emocional, trinca e um dia, precisa ser reformado.

“Por trás de todo comportamento, existe um cérebro em construção, e o comportamento da criança é a linguagem do sistema nervoso. Por isso, precisamos entender como um canteiro de obra se desenvolve para construir sua fundação saudável. E um cérebro em construção funciona em camadas, ou seja, primeiro ele reage, depois sente e só então pensa”, explicou a especialista em infância e adolescência.

Um outro tópico importante que foi abordado diz respeito às diferenças entre uma educação considerada punitivista e outra positiva. A punitivista gera uma obediência cega, um controle pelo medo com violências física e emocional, pois com abuso de poder, são geradas tensão, dor, caos e autoritarismo. Já a positiva gera dignidade e compreensão, pois com mais ciência se aprende com os erros, e os respeitos devem ser mútuos, promovendo apego, segurança e saúde emocional, tanto na escola, quanto no lar.

Desta forma, mostrou-se que as práticas punitivistas têm como consequências a ansiedade, o que dificulta o aprendizado, sendo que os impactos negativos no cérebro em desenvolvimento fazem com que a criança não aprenda a refletir, e sim só a obedecer. Isso traz danos à autoestima e à construção da identidade, pois a ruptura de vínculos afetivos e o aumento de comportamentos desafiadores traz sérios prejuízos no aprendizado escolar.

Já as práticas positivas ajudam a transformar o erro em oportunidades de aprendizagem, com diálogo, escuta e explicação. Para isso é necessário valorizar o processo e não o resultado, pois modelando o comportamento, tem-se uma autoestima construída pela percepção de si, com autoconfiança e empatia, criando assim, uma cultura de cooperação e respeito.

“Posso afirmar que o seminário desta semana foi  um momento riquíssimo para nossa comunidade escolar, pois sei que para criarmos nossos filhos, vários são os desafios. A palestra virtual nos trouxe inspiração e conexão com esse mundo imaginário e singular com que vivem as crianças. São atitudes como estas que fomentam a busca por um caminho mais adequado para educação”, disse a diretora da escola Adriana Abud.

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