As faltas injustificadas de pacientes em consultas ou exames, o absenteísmo, dentre os que são agendados pela administração municipal, tem trazido preocupação à Secretaria de Saúde. De acordo com um levantamento feito junto à pasta, hoje em dia, aproximadamente 30% de todas as consultas e exames que são agendados, não são realizados.

A secretária Nalva Bernadete explica que mesmo o paciente sendo lembrado com antecedência de seu exame ou consulta, ele muitas vezes não comparece. “Nós lembramos o paciente de seu agendamento com o intuito de evitarmos as faltas, porém, muitas vezes eles não comparecem, e sequer ligam para desmarcar”, comenta.

Nalva explicou que esse tipo de atitude é muito prejudicial ao município, que deixa de prestar assistência a quem realmente precisa, sendo que as pessoas que não cumprem com o agendamento feito, estão na verdade, ocupando as vagas de outras que deveriam e precisam ser atendidas. “Para se ter uma ideia, além desse quadro, existe um outro número preocupante. Cerca de 20% dos pacientes que realizam os exames, não buscam o resultado, o que também traz ônus para o município”.

Resistência
A secretária de Saúde ainda esclareceu que existe uma certa resistência da população em ter que se dirigir para outras localidades a fim de fazer os agendamentos. “O município de Aracruz conta com uma Regional em Colatina que faz o agendamento de exames e consultas não oferecidas aqui. Mesmo sendo disponibilizados nossos veículos para transportar esses pacientes, muitos se acomodam e preferem não ir, ficando assim, sem a devida assistência”.

Clientelismo
Um outro fator que vem preocupando a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Aracruz são os gastos indevidos e a assistência inadequada oriundos do uso abusivo de transportes, como as ambulâncias, por exemplo. “Trata-se da cultura do clientelismo. Temos que conscientizar a população de que não cabe a prefeitura oferecer transporte em qualquer situação, atendendo o interesse de cada um. É importante que haja o entendimento de que o transporte, como o de ambulâncias, só pode ocorrer dentro da legislação, em caso de urgência e emergência”, frisou Nalva Bernadete.

A secretária confirmou que vários são os casos de interesses. “Houve uma vez em que recebemos uma ligação para conduzirmos um paciente, que segundo informações, se encontrava com uma febre muito alta e tendo convulsões. Quando a ambulância chegou no endereço, o “paciente” estava lavando seu carro e ainda pediu para esperá-lo. Há outros casos de pessoas exigindo transportes por estarem com dor de garganta”.

Nalva acredita que essa cultura precisa e deve ser mudada, pois atitudes como a descrita, só trazem prejuízo e atraso à administração municipal. “Para se ter uma ideia, cidades da região metropolitana como Serra, Vila Velha e a própria capital Vitória, possuem cada uma, três ambulâncias, Aracruz conta com o apoio de 14 ambulâncias, totalizando 78 veículos que fazem transporte sanitário e deslocamento de equipes, ou seja, nós estamos muito bem assistidos, o que nos atrapalha e muito, são atitudes impróprias que tiram das pessoas realmente necessitadas, o devido amparo”.