Com o intuito de buscar soluções sustentáveis para as demandas que envolvem o Piraqueaçu, conscientizando os participantes para serem multiplicadores de ações em prol do rio, aconteceu na tarde de ontem (27) no auditório da casa do Estudante, a quarta reunião do Fórum Permanente das Águas promovido pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) Aracruz. Participaram da reunião representantes do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (IDAF), da Fibria Celulose, da Secretaria de Meio Ambiente (Semam) da Prefeitura de Aracruz e de componentes do Fórum, onde se discutiu o projeto de recuperação de 15 hectares às margens do Piraqueaçu que é uma das condicionantes do processo de licenciamento ambiental da expansão do Porto da Barra do Riacho.

De acordo com o projeto, a expansão do porto resultou no desmatamento de seis hectares de vegetação nativa. Em atendimento a legislação vigente, o IEMA determinou que fossem recuperados 18 hectares, sendo que destes, 15 hectares deveriam ser recuperados às margens do Piraqueaçu com responsabilidade de fiscalização do plantio e manutenção das árvores. Com a permissão de produtores rurais do local, foi realizada pela empresa o plantio nas áreas, que segundo os próprios produtores a recuperação teve início, mas foi logo abandonada.

O representante do Idaf, Robson Brito destacou que o Portocel contratou uma empresa que apresentou o projeto de recuperação e que o Instituto aprovou, mas entende que a recuperação da área não foi a frente e que a empresa deve retomar o projeto e cumprir a condicionante. Brito salientou que é necessário ver qual a melhor metodologia a ser usada para realizar esta compensação. “Este é o momento de discutir e debater e propor soluções para que seja feita a recuperação”. A bióloga da Seman, Ana Clara Paz, disse que visitou e avaliou as propriedades onde foi feita a recuperação e verificou que o arame utilizado não existe em vários pontos. A bióloga explicou que o local é uma área que em tempo de chuvas sofre com inundações e que os produtores tem informações importantes sobre o projeto.

A representante da Portocel, Caroline Braun, explicou que a empresa não tem realizado a manutenção porque é uma área de alagamento. Mas se prontificou a encaminhar as propostas apresentadas no Fórum para a Portocel. O Coordenador do SAAE, Adimer Tonon, pediu um esforço de todos para que a recuperação aconteça, uma vez que as matas ciliares serão importantes para a preservação do Piraqueaçú. “As matas desempenham um papel de filtro dificultando o carreamento de sedimentos para o rio, contribuindo dessa forma para manutenção da qualidade da água, além de diminuir o assoreamento da bacia”.

O assessor técnico do SAAE, Valber Campores, explicou que o grande erro da empresa foi o arame utilizado. “o cercamento não foi suficiente, o que não permitiu a recuperação natural da área”. Segundo Campores a recuperação das áreas nas margens do Piraqueaçu vai resultar no aumento da biodiversidade e na diminuição do assoreamento e da turbidez da água”. Após discussões o Fórum propôs a empresa que seja realizado um cercamento de qualidade em locais com menos chances de alagamentos, deixando que a própria natureza se recupere. A próxima reunião do Fórum Permanente das Águas acontece dia 17 de junho às 16h no auditório da Casa do Estudante.

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