Na manhã desta quinta-feira (27), foi promovido pelas secretarias de Assistência Social, Educação e Saúde no auditório da Casa do Estudante, Jardins, a 1ª Reunião Geral do Programa Saúde na Escola (PSE). O evento, contou com as presenças da secretária Jenilza Spinassé (Semed), da subsecretaria da Semsa, Juliana Baioco e da Assistência Social (Semas) Eni Martins de Araújo Del Pupo, teve como público-alvo gestores escolares, equipe de psicólogos, nutricionistas, agentes comunitários de saúde, assistentes sociais (PAS), técnicos do CRAS, enfermeiros e dentistas da ESF e conselheiros tutelares.

A Secretária de Educação Jenilza Spinassé, deu as boas vindas aos presentes, destacando a importância do PSE perante os desafios que virão durante todo o ano de 2025. “Consideramos esse momento de hoje de extrema relevância, porque quem vive lá no chão da escola sabe o que é, em muitos momentos, precisar de um apoio externo e não saber a quem recorrer. Isso tudo pensando no bem-estar e na saúde de todos que convivem naquele ambiente. Quero dizer a todos vocês, profissionais da área, que esse trabalho em rede do PSE em Aracruz tem avançado muito nesta questão, porém, só dará certo de fato, se cada um entender a dinâmica de como ele precisa acontecer. Não adianta termos uma equipe da saúde preparada se nós da educação assim não estivermos. A construção dessa rede de proteção só funcionará se cada um cumprir com seu papel”, pontuou.

Em seguida, a subsecretária da Semsa, Juliana Baioco, ressaltou que o PSE trabalha com a prevenção e a promoção, sendo obrigatória a participação do profissional que está à frente da atenção primária. “A atenção primária envolve a saúde bucal, a equipe multiprofissional e a equipe de estratégia de saúde da família. Todos vocês formam uma rede justamente para poderem desenvolver suas ações. A escola precisa dialogar com as equipes para tratar de suas demandas, não somente na hora de algum fato, por isso, temos que nos prevenir. Hoje, nossa rede de proteção atende todos os munícipes, e quando eu oriento uma criança a se alimentar bem, estamos prevenindo que ela não tenha, por exemplo, problemas com a obesidade”, destacou.

Antes mesmo dos temas centrais da reunião serem apresentados, a verificação do cartão vacinal com a enfermeira da Semsa, Lorena Nardi e o combate às arboviroses com a bióloga Gabriela Maria Coli Seidel, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a psicóloga da Semsa, Juliana Monteiro mostrou o histórico do PSE, instituído em 2007 para contribuir com o fortalecimento de ações na perspectiva do desenvolvimento integral e proporcionar da comunidade escolar.

"Em Aracruz, essas ações intersetoriais envolvendo Saúde, Educação e Assistência Social, começaram em 2009, contemplando algumas escolas em todo o território municipal”, lembrou Juliana. Ela também falou do Plano de Ações e Metas do Grupo de Trabalho Intersetorial Municipal (GTI-M) e do Grupo Gestor Escolar, mostrou como se dá o lançamento no Sistema da Saúde, as principais ações para 2025 e o calendário.

Verificação do cartão vacinal e o combate às arboviroses

A enfermeira da Semsa Lorena Nardi começou sua apresentação mostrando a história da vacinação no Brasil, que se iniciou em 1837 com o estabelecimento da imunização compulsória contra a varíola nas crianças, até chegar em 2020, quando a OMS recomendou uma segunda dose da vacina contra a febre amarela para crianças de quatro anos, além da inclusão da vacina meningocócica (ACWY) conjugada para adolescentes de 11 a 12 anos.

Um outro dado importante apresentado foi a legislação vigente, que aborda a situação vacinal das crianças e adolescentes no Brasil, sendo que a Lei nº 14.886 (2024) é a que permite a realização da vacinação dentro das escolas e a obrigatoriedade da vacinação contra Covid para crianças menores de cinco anos. A equipe do PSE também teve acesso às principais doenças que são prevenidas por vacinação como difteria, tétano, hepatite B, meningite bacteriana, coqueluche, além da cobertura vacinal em Aracruz, que mostrou que a vacinação contra a Covid-19 atingiu apenas 24% da meta.

Já a bióloga Gabriela Maria Coli Seidel (Sesa), trouxe dados da Superintendência Regional de Saúde de Vitória - Núcleo de Vigilância em Saúde, citando as principais arboviroses de importância em saúde pública da atualidade, que são a dengue, a zika vírus, as febres chikungunya e amarela e o oropouche.

Por meio de um slide bem ilustrativo, os presentes aprenderam ainda mais como essas doenças são transmitidas, seus sinais e sintomas, dentre outras características. “O vírus da dengue circula no Brasil desde 1982, sendo que é o 1º caso registrado em nosso estado foi em 1995. Só para se ter uma ideia de como os índices dessa doença aumentaram muito no Espírito Santo, em 2007 foram registrados 6808 casos, número este que aumentou 22 vezes em 17 anos. Em 2024 foram 154 mil casos notificados”, chamou a atenção.

Como o mosquito Aedes Aegypti é o mesmo que transmite a dengue, zika e chikungunya, a bióloga finalizou sua apresentação mostrando suas características como o hábito diurno; vive dentro ou próximo de habitações humanas e em média 30 dias e seus ambientes favoráveis para a reprodução. “É extremamente importante que eliminemos quaisquer depósitos que possam acumular água, e em caso de sintomas, procurarem a unidade básica de saúde ou pronto atendimento mais próximo e bebam bastante água”, finalizou.