A Prefeitura de Aracruz, por meio das secretarias de Assistência Social (Semas), de Educação (Semed) e de Saúde (Semsa), realizou na manhã desta quinta-feira (26), no Mini Auditório do Ifes, a 5ª Reunião Geral do Programa Saúde na Escola (PSE). O evento, que foi destinado a gestores escolares, representantes das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Cras, teve como temas centrais a importância da vacinação e os perigos do uso de cigarros eletrônicos. Os assuntos em questão foram debatidos pela enfermeira Lívia Roni Pignaton e pelo cirurgião-dentista Jardel Dalbem, ambos da Semsa.

A enfermeira Lívia chamou a atenção dos presentes pelos perigos de não se vacinar contra a Covid-19 e influenza, por exemplo. “Em Aracruz já foram registrados cinco óbitos pela Influenza, sendo que as vacinas estão disponibilizadas para todos em nossas UBS´s. Já tivemos neste ano um caso de criança que ficou em estado gravíssimo por não se vacinar contra a Influenza. Por isso é importante que as pessoas se interajam e se informem sobre a vacinação porque vale a pena”, ressaltou.

Ainda de acordo com Lívia, a vacina é um método simples e de fácil acesso e que evita a proliferação de doenças. “Estamos falando de algo eficaz. Temos provas de doenças que não existem mais. Nossas escolas já fizeram ações para incentivar a vacinação, que é considerada prioridade pelo Ministério da Saúde, o que aumentou a procura pelas famílias. Por isso, esse momento de hoje serve para também darmos um retorno a vocês sobre os efeitos de nossos programas nas comunidades escolares”, completou.

Com relação ao acompanhamento da vacinação nas escolas, foi feito um movimento por meio do Sistema de Gestão Escolar (SGE), que observou o aluno que entrega sua declaração de vacina adquirida nas UBS´s no ato da matrícula ou rematrícula. Anteriormente, esse sistema só mostrava se a declaração havia sido entregue, porém, atualmente, já é possível observar se ela está atualizada.

Uso de cigarros eletrônicos
Em seguida, o Cirurgião-dentista Jardel Dalbem abordou os perigos ocasionados pelo consumo dos cigarros eletrônicos, destacando as evidências, os mitos e realidade desse Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), que são aparelhos criados com o objetivo de substituir o cigarro convencional. “Esses aparelhos foram criados com o intuito de retirar o vício das pessoas pelo cigarro convencional, porém, a indústria do tabaco, chamada de Indústria 2.0, percebeu que o comércio desses produtos vai além disso, conquistando os jovens a consumir esse dispositivo”, disse.

Os DEFs possuem diferentes formatos, podendo ser parecidos com cigarros, canetas, pen drives e outros mecanismos. Todos funcionam com uma bateria que aquece um líquido, um bastão de tabaco ou ervas secas. Em sua maioria, contêm aditivos com sabores, inúmeras substâncias tóxicas e nicotina, droga que causa dependência, adoecimento e morte.

Um único vape equivale a um maço com 20 cigarros, sendo que a cada tragada, o fumante absorve mais de 4.700 substâncias tóxicas, entre elas, a nicotina, alcatrão, monóxido de carbono, solventes (benzeno), metais pesados (acetato de chumbo, cádmio, níquel), arsênico, amônia, formol, naftalina, pólvora, acetona, dentre outros.

Com relação à nicotina, Jardel explicou que se trata de uma droga psicoativa e que causa dependência, danos cerebrais e cardiovasculares, além da aceleração do crescimento de tumores malignos. “Vale ressaltar que dependência da nicotina não se restringe ao uso do cigarro ou do Vape, pois ao experimentar, a sensação de relaxamento e alívio da ansiedade ou do estresse, o que abre caminho para o uso de outras drogas”, explicou.

Números
Aos presentes também foram apresentados números relacionados ao consumo do tabaco, sendo que quase 38 milhões de crianças entre 13 e 15 anos fazem esse uso. Os meninos representam quase o dobro dos fumantes. Atualmente, 34 países proíbem sua venda, 88 países não estipulam idade mínima para venda e 74 não têm regulamentação sobre esses produtos nocivos. No Canadá, o uso dobrou entre jovens de 16 a 19 anos em 2017.

Já no Brasil, o número de usuários de cigarro eletrônico quadruplicou em quatro anos, saltando de 500 mil em 2018, para 2,2 milhões de usuários em 2022 segundo o IPEC. “O cigarro eletrônico é uma febre principalmente entre os jovens. A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar revelou que, em 2019, 16,8% dos estudantes no Brasil com idade entre 13 e 17 anos já haviam experimentado o cigarro eletrônico”, completou Jardel.

Pelo fato dos cigarros eletrônicos serem considerados ainda mais nocivos à saúde humana, em 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou resolução proibindo sua comercialização, fabricação e a publicidade. Recentemente, em abril de 2023, a diretoria colegiada da agência revisou a legislação e proibiu a fabricação, a importação, a comercialização, a distribuição, o armazenamento, o transporte e a propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar. “O cigarro eletrônico pode levar a uma epidemia de câncer de pulmão. Segundo o INCA, 73.500 pessoas foram diagnosticadas com algum tipo de câncer provocado pelo tabagismo no país e 428 pessoas morrem diariamente no país por conta dele”.

Ao final, após as falas sobre os perigos do tabagismo e dos Vapes, o público presente participou de um jogo interativo de perguntas e respostas (Quiz), onde cada um respondia pelo seu celular questões que foram faladas durante o encontro.