Seminário de Educação Especial e Inclusiva de Aracruz promove reflexões sobre espaços, tempos e práticas de uma Escola das Diferenças
A Prefeitura de Aracruz, por meio da Secretaria de Educação (Semed) e Equipe de Educação Especial realizou o Seminário de Educação Especial e Inclusiva de Aracruz: Reflexões sobre espaços, tempos e práticas de uma Escola das Diferenças. O objetivo foi educar, sensibilizar e promover a inclusão e a igualdade de oportunidades para todos. O Seminário aconteceu no Plenário da Câmara Municipal nesta terça-feira (19) e quarta-feira (20) e estiveram presentes secretários municipais, vereadores, lideranças comunitárias, além das equipes de pedagogos, psicólogos, assistentes sociais e conselhos das secretarias de Assistência Social (Semas), Educação (Semed) e Saúde (Semsa).
O seminário contou com palestras e apresentações culturais de manhã e à tarde. Na terça-feira (19), o professor João Estevão Silveira, do Tribunal de Contas da União (TCEES), falou sobre “Os direitos da Pessoa com Deficiência”. Já nesta quarta-feira (20), a Drª Denise Meyrelles de Jesus, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), deu uma formação sobre o Atendimento Educacional Especializado (AEE), o Trabalho Colaborativo e as Práticas Pedagógicas, tendo como público principal professores do AEE, gestores escolares e equipes pedagógicas das redes.
A Secretária Jenilza Spinassé deu as boas vindas aos presentes destacando a importância do evento para o município. “Um bom dia especial a cada um de vocês. Esse evento vem demonstrar para cada um de nós que precisamos olhar para a pessoa, para o sujeito, dado a ele a condição para que possa desenvolver, pois assim é possível demonstrar que é capaz. Quem sabe assim, futuramente, possamos então, não mais precisar de um movimento intenso de luta pela inclusão e pelo direito de todos. A educação, a assistência e a saúde de Aracruz têm se debruçado muito por esta causa. Que nós possamos sair desse seminário ainda mais fortalecidos”, disse.
Abrindo a palestra do professor João Estevão Silveira, o público pôde acompanhar uma bela apresentação cultural da banda Sol Maior, de João Neiva, regida pelo Professor Tutty Vieira da Pestalozzi. Em seguida, o palestrante, que tem deficiência visual, abriu suas falas destacando sua preocupação com o ambiente escolar e com as diferenças entre pessoas com e sem deficiência.
“Me preocupo muito com as crianças durante suas aulas, sobre o que elas vão aprender no ambiente escolar, porque o grande problema hoje é a evasão. O último Censo demográfico do IBGE trouxe números preocupantes em relação à pessoa com deficiência, pois houve um aumento de 17 milhões para 18,6 milhões de casos de deficiência. Ou seja, em três anos surgiram outros 1,6 milhão de novos casos de deficiência grave e gravíssima no país. Outro ponto preocupante é que a média salarial do deficiente é bem menor. Isto tudo nos mostra que devemos cada vez mais trabalhar a inclusão, palavra esta que eu sonho em não ver mais no dicionário, pois será tão natural e comum que estará todo mundo incluído, mas até lá o caminho é longo”.
Para João Estevão, a base de tudo são os professores e pedagogos, aqueles que se dedicam às crianças desde os seus anos iniciais. “Na verdade eu considero que planto semente para quem nem nasceu ainda. Trabalho com inclusão para as gerações futuras. Sei que muitos desses profissionais ficam frustrados por não ver um resultado imediato. Mas digo que enquanto estivermos respirando, é sinal que ainda teremos algo a ser feito. Precisamos entender que o imediatismo nos gera ansiedade e pânico, pois achamos que não estamos mudando nada. Pode ter certeza, que quanto mais falamos a uma criança, mais ela vai lembrar”, explicou.
Já na parte da tarde, João Estevão palestrou sobre o mesmo tema aos gestores escolares (estadual, municipal e particular), além de pedagogos de escolas e APAE, alunos e seus familiares. Também houve apresentações culturais do projeto "Cantando as Diferenças’'com usuários da APAE de Aracruz e contação da história com Ana Ketelyn de Oliveira Santana, aluna do 4o ano da Emef José Marcos Rampinelli.
Nesta quarta-feira (20) o público prestigiou a apresentação do balé do Estúdio SouDança e logo após, a palestrante Drª Denise Meyrelles de Jesus, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), deu uma formação sobre o Atendimento Educacional Especializado (AEE), o Trabalho Colaborativo e as Práticas Pedagógicas a professores do AEE, gestores escolares e equipes pedagógicas das redes.
Denise Meyrelles começou sua palestra mostrando os princípios de uma inclusão escolar, que é compreendida como uma abertura da escola para todos e atrelada ao direito à educação na igualdade e diferença. “As normativas buscam defender os princípios inclusivos. A escolarização de alunos da educação especial tem desafiado a escola. Temos que regular a ressignificância, as práticas pedagógicas e as formas avaliativas”, disse.
Ela também mostrou que as práticas pedagógicas devem ser medidas para atender qualquer um, e que a escola deve ser reconhecida como um espaço de educabilidade de todos os alunos, tomando a aprendizagem como um princípio fundamental do direito à educação. “As práticas pedagógicas inclusivas passam pela inserção da cultura, e esse balé que vimos aqui, foi uma possibilidade da inserção da cultura, pela via da arte e dança, que é possível a todos, inclusive àqueles que demandam apoios diferenciados. Isso é inserção”, destacou.
Para Denise, a pedagogia está entre o dizer e o fazer, e que o ser humano sempre estará em um processo de aprendizagem. “Todos nós podemos aprender, e devemos cumprir com a função da escola, possibilitando o acesso ao conhecimento a todos, sendo que esse processo passa pela cultura. Quando falamos de alunos que demandam atenção diferenciada, que é chamado pela legislação de alunos público-alvo, estamos garantido a possibilidade de inserção no círculo do humano. É responsabilidade pensarmos em uma educação para todos. Nós somos os profissionais que vamos possibilitar essa inserção”, pontuou.
A equipe do setor de Educação Especial e Inclusiva da Semed comentou sobre a programação do seminário e como o conteúdo apresentado pôde ajudar Aracruz na questão da inclusão e do atendimento educacional especializado. Acreditar e praticar a educação especial na perspectiva da educação inclusiva é acreditar no potencial de cada estudante em todos os espaços da escola.
Finalizando a programação, nesta quinta-feira (21) haverá uma ação prática com toda equipe e comunidade escolar além de uma contação de história com Angélica Rizzi no canal do Youtube da prefeitura de Aracruz, cujo link será disponibilizado para as escolas compartilharem.
Compartilhe em suas redes sociais:
Últimas notícias
- Emef Novo Irajá promove grande apresentação cultural sobre a diversidade e consciência negra: Luta e Resistência de um povo
- Seminário de Leitura e Escrita na Educação Infantil (LEEI) contribuiu para o aprimoramento das práticas pedagógicas
- Aracruz participa de World Café com equipes das Escolas de Educação Integral em Tempo Integral
- PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO SEMED 004/202: Prefeitura de Aracruz divulga a 54º Chamada
- Prefeitura de Aracruz divulga edital de PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO SEMED 003/2024
- Professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE) em Aracruz participam da última Formação do Ano
- “Desconstruindo o Capacitismo: o que você vê e o que de fato é” será tema do 5º Fórum Municipal da Pessoa com Deficiência
- Festa do Verde de Jacupemba: vem aí mais uma edição neste final de semana
- Aracruz amplia serviço de esgotamento sanitário na Sede do Município com nova Estação de Tratamento de Esgoto
- Formação com equipes psicossociais debate a atuação do assistente social na educação básica