Aracruz marca um novo tempo na educação cultural com I Conferência Municipal de Cultura
Foram três dias com profissionais de renome no país. A I Conferência Municipal de Cultura reuniu poesias, palestras e debates acadêmicos sobre literatura e educação em um mesmo espaço. O evento reafirmou a importância do direito à cultura do cidadão e cumpriu o papel proposto pela Secretaria de Cultura, Desporto e Lazer, da Prefeitura de Aracruz, que realizou o evento. Além de toda discussão acerca do tema, também houve espaço para apresentações diversas, com destaque para o espetáculo capixaba “Maria Maria” e palestra com a poetisa premiada Elisa Lucinda. A conferência aconteceu nos dias 20,21 e 22 deste mês.
Consagrado como o maior evento cultural do município, a Prefeitura de Aracruz marcou um novo tempo na educação cultural, no Teatro Municipal e na Câmara Municipal de Aracruz. Com público total aproximado de 390 pessoas, os três dias contaram com a participação do diretor de teatro e gestor cultural da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Érlon José Paschoal, do Secretário da Semuc, Prof. Dr. José Maria Coutinho, do Prof. Mestre em história, Antônio Bezerra Neto, do prefeito de Aracruz, Ademar Devens, do Secretário de Desenvolvimento Econômico, Divaldo Crevelin e do Vice-prefeito de Aracruz, Jones Cavaglieri.
O momento inicial da Conferência foi a mesa redonda, com a participação de autoridades no tema “Cultura, história e educação: por uma cidadania cultural”. O segundo dia do evento ficou marcado pela palestra sobre “Mecanismos de financiamento da cultura”. O encerramento da Conferência, no último dia 22, foi marcado pela poetisa capixaba, Elisa Lucinda, que trouxe para Aracruz a palestra “Da utilidade da poesia, permeando com recital espontâneo o tema da diversidade humana”, onde discutiu a inserção dos textos poéticos na rede pública de ensino, para resgatar o gosto pela leitura e capacitar os alunos para que tenham condições de desenvolver projetos literários próprios.
De acordo com Lucinda, o homem gosta do que vê e a mulher do que ouve. Por isso o segredo para conquistar as pessoas está na delicadeza e na sensibilidade, já que o mundo é uma ebulição de acontecimentos e a literatura é o pensamento no papel. Ela tem a capacidade de ensinar a língua portuguesa de forma divertida. “A poesia produz a paz, pois ao declamarmos temos que visualizar o que dizemos colocando todo o sentimento que temos dentro de nós. A sala de aula deve ser um grande espetáculo porque de lá devem sair grandes mestres, artistas e pessoas que darão vida nova ao que chamamos cultura. Os mestres da atualidade têm que rever as formas atuais de avaliação, pois a nota de uma turma é a nota do professor que ministrou determinada disciplina. O Brasil ainda não entende a Cultura e a Educação em sua essência. A poesia e a arte muitas vezes estruturam o indivíduo”, explicou.
Ainda segundo a poetisa, o ser humano sem o simbólico, sem vilões e mocinhos não sabe o verdadeiro sentido da vida. “Quando temos esses mecanismos poéticos de evasão do sentimento podemos ser o que quisermos, essa é a graça do ator, do escritor e do poeta, poder ser seu próprio algoz e salvador. Desta forma conseguimos dar vazão ao que temos dentro de nós”, disse.
“Maria Maria” Tour 2008
O espetáculo “Maria Maria” antecedeu o final da Conferência, misturando 04 linguagens da cultura: a música, a dança, teatro e poesia. O projeto é um espetáculo cênico-musical capixaba, realizado pela primeira vez em 2006 em homenagem às mulheres e às respectivas produções artísticas, que conseqüentemente promovem e divulgam a circulação da cena cultural do Espírito Santo.
Dirigido por Simone Devens, “Maria Maria” conta com um elenco de onze cantoras, cinco músicos, um poeta, uma atriz e uma bailarina. O espetáculo com uma hora e quarenta minutos de duração, aproximadamente, apresenta qualidade artística, beleza e talento. Na versão 2008, os 20 artistas participantes homenageiam os 50 anos da Bossa Nova, com um show de releituras cronológicas de clássicos do movimento cultural, além dos textos, das performances de teatro e dança estarem voltadas para o contexto da mulher e da bossa nova.
Durante todo o espetáculo, as dez cantoras sensibilizaram e levaram nostalgia à platéia ao eternizarem músicas que estão na história do país e que marcaram uma geração de jovens. Além de clássicos da bossa nova, as cantoras capixabas mostraram ao público, músicas de autoria própria ou de nomes que fazem a história da música capixaba. “Maria Maria” começa com “Chega de Saudade”, considerada marco inicial da bossa nova, gravada em 1959 e lançada pelo cantor João Gilberto. Teve 100 regravações feitas por artistas brasileiros e estrangeiros. A música foi eternizada na voz marcante da cantora capixaba, Márcia Chagas.
Um dos destaques do espetáculo é a interpretação de Dani Moraes na canção “O Barquinho” do capixaba Roberto Menescal, em parceria com Ronaldo Bôscoli, eternizada na voz de Nara Leão, outra capixaba que levou o título de musa da Bossa Nova. “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, é outra canção que ganha uma interpretação cheia de sentimentos e emoção na voz de Idalina Dornelas. Teve mais de 133 regravações e se tornou a canção brasileira mais conhecida em todo o mundo, depois de Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, com mais de 169 gravações.
O apogeu do espetáculo foi marcado pela interpretação da música que leva o nome do projeto, “Maria Maria” de Milton Nascimento e Fernando Brant é interpretado de forma inusitada no espetáculo nas vozes das divas capixabas: Márcia Chagas, Andréa Ramos, Ava Araújo, Dennise Pontes, Jully Victória, Dani Moraes, Tamy, Idalina Dornelas, Kátia Rocha, Vera da Matta e Daumielle. Por fim, um coquetel encerrou os trabalhos realizados durante os três dias da I Conferência Municipal de Cultura de Aracruz.
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