Gustavo Franco: “Nenhum país vive a realidade de desenvolvimento com redução da desigualdade, além do Brasil”

Publicado em: 27 de abril de 2012
Texto: Secretaria de Comunicação
Imagem: SECOM
Gustavo Franco: “Nenhum país vive a realidade de desenvolvimento com redução da desigualdade, além do Brasil”

A terceira edição do Fórum de Lideranças Empresariais de Aracruz teve como principal palestrante o renomado economista, PhD pela Universidade de Harvard, Gustavo Franco. O ex-presidente do Banco Central falou sobre o Cenário Econômico Mundial e deu informações preciosas para entender melhor a crise econômica de 2008, seus desdobramentos no Brasil, e seus efeitos posteriores, que ainda afetam economias de diversos países.

Logo no início de sua palestra, Gustavo Franco ressaltou que a crise de 2008 foi um dos momentos históricos do capitalismo: “No futuro, os livros de história falarão sobre a crise de 2008, da mesma forma que os de hoje falam sobre o crash de 1929. Nos primeiros oito meses, ambas as crises apresentam as mesmas características, no entanto, uma política inovadora do Banco Central Americano, foi o que fez a diferença e possibilitou que a recuperação acontecesse mais rápido em 2008.”

Ainda assim, Franco ressaltou que o momento atual continua exigindo cautela, uma vez que os Estados Unidos apenas começa a se recuperar e muitos países europeus ainda sofrem os efeitos do tsunami econômico de quatro anos atrás. “Dizer que a crise não existiu no Brasil é ingenuidade. Ela existiu sim, mas foi bem cuidada pelas autoridades na época. Mas, assim como nos países de 1º mundo, nós ficamos com um impacto fiscal significativo, em razão do aumento da dívida pública e isso precisa ser olhado com atenção.”

O ex-presidente do Banco Central esclareceu ainda que o Brasil apresenta uma situação única no mundo: “Nenhum país vive, ou jamais viveu, uma realidade como a nossa, em que há desenvolvimento com redução de desigualdade. Nem no grupo dos BRIC. De 1993 a 2010, 60 milhões de pessoas migraram das classes D e E para a classe C, o que é a população da Argentina inteira.”

Na opinião do palestrante isso se deve, em parte, aos programas de distribuição de renda como o Bolsa Família, mas, principalmente, à mudança demográfica do Brasil, que passou a ter menos crianças e idosos e mais pessoas em idade ativa. “Uma família que, antes era composta por dois adultos e três crianças, hoje são cinco adultos que trabalham e, portanto, produzem renda.”

INFORMAÇÕES À IMPRENSA: Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Aracruz – Tâmara Freire – Tel: (27) 3296-4507 – E-mail: comunicacao@pma.es.gov.br / tcardoso@aracruz.es.gov.br

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