Agentes Comunitários de Saúde e de Combate de Endemias são capacitados quanto à prevenção da esporotricose

Publicado em: 21 de novembro de 2024
Texto: Renato Lana de Faria
Imagem: Renato Lana
Agentes Comunitários de Saúde e de Combate de Endemias são capacitados quanto à prevenção da esporotricose

A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), promoveu na tarde desta terça-feira (12), no Centro de Referência das Juventudes (CRJ), uma capacitação aos Agentes Comunitários de Saúde e de Combate de Endemias quanto à prevenção da esporotricose, uma doença causada por infecção do fungo Sporothrix, que acomete o homem e diversas espécies animais, como cães, gatos e tatus, entre outros, cuja manifestação característica é o aparecimento de ferimentos e úlceras na pele e nas mucosas.

A capacitação foi conduzida pela médica sanitarista da Sesa, Dra. Adalzira Pagoni, que falou aos mais de 100 profissionais da Saúde presentes. De acordo com a gerente de Vigilância em Saúde da Semsa, Valquíria Scarpati, essa capacitação se deu em função do aumento de casos de animais contaminados no município. “A intenção é fazer com que nossos agentes possam ter mais sensibilidade em perceber as manifestações da doença em pessoas ou animais durante suas visitas domiciliares. Em Aracruz, tivemos um aumento nos casos de animais contaminados. Até o momento são 490 notificações de gatos domésticos com o esporo”, destacou.

Por meio de um telão, os agentes puderam acompanhar textos e imagens ilustrativas enquanto ouviam a médica, que mostrou o histórico e detalhes do contágio. “Estou nessa área há muito tempo, atuando em várias frentes, tratando de várias doenças, e agora a esporotricose, que como todos já sabem, houve uma epidemia no Rio de Janeiro, em 1995, e eles não conseguiram controlar. Como o RJ é divisa com o Espírito Santo, em 2013, começaram a aparecer os primeiros casos na divisa do estado. Em 2014, houve um surto em Anchieta, além de outros casos em Guarapari”, lembrou a médica.

Ainda de acordo com Drª Adalzira, os casos que são descobertos por médicos ou veterinários são notificados, e como o Estado ainda não estava voltado para essa questão, não houve muito controle. “Em Vila Velha, por exemplo, foram notificados mais de 300 casos em humanos somente neste ano, além de outros 600 casos em animais”, disse.

O contágio ocorre pelo contato do fungo com a pele ou mucosa por meio de trauma decorrente de acidentes com espinhos, palha ou lascas de madeira, contato com vegetais em decomposição, além de arranhadura ou mordedura de animais doentes, sendo mais comum o gato. Também foi repassado aos agentes que esse contágio raramente ocorre por inalação nas vias respiratórias. Várias fotografias dos sintomas mostraram que a pele fica muito comprometida, chegando a casos de amputação de membros.

O tratamento recomendado, na maioria dos casos humanos e animais, é o antifúngico itraconazol, que deve ser receitado por médico ou veterinário. A dose a ser administrada deve ser avaliada por esses profissionais, de acordo com a gravidade da doença. Mas, dependendo do caso, outros fármacos podem ser usados.

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