Professores e profissionais da Educação participam de palestra sobre "Saúde Mental: Desafios e Oportunidades”

Publicado em: 20 de maio de 2025
Texto: Renato Lana de Faria
Imagem: Divulgação
Professores e profissionais da Educação participam de palestra sobre "Saúde Mental: Desafios e Oportunidades”

As Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emef´s) José Marcos Rampinelli e Luiza Silvina Jardim Rebuzzi, por meio de suas equipes psicossociais, dentro do Planejamento Coletivo, realizaram na noite desta segunda-feira (19), no Auditório do Centro de Convivência dos Idosos (CCI), bairro Jequitibá, a palestra “Saúde Mental: Desafios e Oportunidades”.

Ela foi proferida pela psicóloga, especialista em neuropsicologia e MBA em Gestão de Pessoas, Heniffer Elizangela Hoffmann e destinada aos professores e funcionários das duas escolas. Heniffer iniciou sua conversação com os profissionais do magistério mostrando como a Organização Mundial de Saúde (OMS) define o que é saúde mental, sendo um estado de bem-estar no qual o indivíduo reconhece suas próprias habilidades, podendo lidar com os estresses normais da vida, trabalhando de forma produtiva e frutífera e ser capaz de contribuir para sua comunidade.

"O estresse e a tensão, assim como a preocupação em atingir as metas, além de questões externas que aparecem para agregar nosso planejamento, acabam atropelando nosso trabalho e gerando muita pressão no nosso dia a dia, e consequentemente no nosso resultado. Um outro desafio é gerenciar as cargas do serviço, manter o equilíbrio e se relacionar com os pais, o que não é tranquilo, pois as famílias estão invertendo os papéis”, destacou a psicóloga.

Segundo Heniffer, houve uma mudança no modelo das escolas, pois antes os pais tinham mais confiança. “Há um tempo atrás os pais confiavam mais nas escolas como um lugar que corrigia seus filhos. Hoje é ao contrário, pois se um professor corrige o filho, alguns vêm com tudo em cima cobrando que não se poderia ter feito isso. Ou seja, o modelo das famílias e dos alunos mudou, o que impacta diretamente na saúde mental dos profissionais da sala de aula. Muitas famílias estão enxergando direitos onde nem existem, pressionando a escola para fazer algo fora da realidade do estudante, o que acaba canalizando nossas energias que deveriam ser usadas na produtividade para outros fins”, explicou.

Nos últimos dez anos, o Brasil vem liderando os afastamentos do trabalho por ansiedade e depressão, sendo que os afastamentos por saúde mental bateram recorde e cresceram mais de 400% desde a pandemia. A estimativa é que, em todo o mundo, as perdas causadas por depressão e ansiedade chegam a 1 trilhão de dólares por ano, segundo a OMS.

Como forma de promover ainda mais interação com o público presente, todos participaram de dinâmicas, com diálogos sobre a saúde mental. Cada um, segurando um balão, ia enchendo-o com sopros: um para pouco, dois para muito ou três para demais, conforme as perguntas; como, por exemplo, se a pessoa não faz exercício físico pelo menos 3 vezes na semana, ou se fica irritado com o trânsito mesmo que não dirija, dentre outras, para ver se o balão chegasse a estourar, indicando o nível de estresse de cada um.

Outros tópicos relacionados aos desafios e oportunidades da saúde mental na escola, o estresse, pressão e as cargas de trabalho também foram trabalhados com os profissionais do magistério. “Uma oportunidade é delegar funções, descentralizando e dividindo as pautas. Nosso objetivo é trabalhar em equipe, de forma harmoniosa, com cada um entendendo a dor e necessidade do outro. Não é só o aluno que tem dificuldade, nós também, pois temos coisas que dominamos bem e outras não. Por isso, precisamos ser maduros e promover o autocuidado. Se não estou bem, temos que procurar alguma coisa que promova saúde, como atividades físicas”, completou Heniffer.

As escolas se uniram para desenvolver este tema no Planejamento Coletivo por entender que é necessário trabalhar a Saúde do Profissional da Educação. As Diretoras Marta Aiolfi dos Santos e Débora Amorim Gomes Barbosa planejaram muito bem este momento, oferecendo uma acolhida com coffee break (lanches e chá de cidreira com bala de hortelã). “Fizemos isso tudo para promover a empatia dos funcionários, desde a recepção, como forma de valorizar aqueles que trabalharam todo o dia. Ao final, ainda oferecemos um bombom com mensagem de estímulo a todos os participantes. Também agradecemos e presenteamos a palestrante com um jogo de toalha personalizada. Ela se deslocou de Linhares de forma voluntária para ministrar a palestra para a gente”, destacaram as diretoras.

 
 

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