6º encontro do Programa Saúde na Escola (PSE) debate o acolhimento à pessoa, enfrentamento à violência e rede em saúde
A Prefeitura de Aracruz, por meio das secretarias de Assistência Social (Semas), Educação (Semed) e Saúde (Semsa), promoveu na tarde desta terça-feira (27), no Plenário da Câmara Municipal, o 6º encontro do Programa Saúde na Escola (PSE) em 2023. O momento contou com a presença de diversas autoridades e foi destinado a diretores escolares, pedagogos, enfermeiros, assistentes sociais, conselheiros tutelares e psicólogos.
A assistente social Alexsandra Martins Entringer do Programa de Atendimento à Vítimas de Violência Sexual (Pavivis) deu início à roda de palestras falando sobre o acolhimento, que segundo ela, não ocorre somente no atendimento social ou em um hospital, por exemplo, e sim em qualquer espaço. “Nós podemos acolher as pessoas em qualquer lugar, sendo ele previsto na Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão. Todos nós somos responsáveis pelo acolhimento humanizado, desde um porteiro até a última pessoa, pois o primeiro contato influencia em tudo que o paciente vai sentir”, explicou.
Alexsandra ainda mostrou ao público que acolher é admitir, aceitar, dar ouvidos, agasalhar e atender. “Estamos falando de uma postura ética, daquilo que diminui as desigualdades. Trata-se de uma escuta qualificada e troca de informação, por isso ele é construído em conjunto e devemos ficar atentos para ouvir a pessoa”, disse.
Em seguida foi a vez da Especialista em Violência Contra a Criança e ao Adolescente e mestranda em Saúde Coletiva Edleusa G. F Copertino falar aos presentes sobre o papel da vigilância epidemiológica no enfrentamento da violência, ou seja, qual é o impacto da violência na saúde. “Estou nessa área desde 2004, quando a Serra era considerada a cidade mais violenta do país, sendo minha vida dedicada ao enfrentamento da violência pelo setor saúde. Quem tem que cuidar da violência são todos os setores, não somente as forças de segurança, mas também a assistência social, a educação, a família e a saúde. Todos nós enquanto cidadão temos essa responsabilidade”, enfatizou.
Edleusa indagou a plateia perguntando qual é o verdadeiro impacto da violência na saúde, ressaltando a baixa qualidade de vida, a baixa autoestima, a desnutrição da família, assim como os transtornos mentais e gravidez não planejada, fatores estes que contribuem para uma desestruturação, e consequentemente, ações violentas. “Temos que trabalhar a prevenção e as notificações, porque notificar não é denunciar, e sim possibilitar mais cuidados”, falou.
Já o psicólogo Clésio de Oliveira Venâncio, especialista em Saúde Coletiva, interagiu com os presentes mostrando o conceito da Rede em Saúde, que segundo ele, seu ponto final é o coletivo. “A rede é um movimento vivo, orgânico, que envolve corresponsabilidades. Estamos falando de territórios, de encontros e do rizoma, um termo da botânica, que quer dizer uma maneira de encarar o indivíduo. Trata-se da realidade, e consequentemente da produção coletiva, sendo cada um, parte desse sistema”.
Durante a programação do evento, também houve um momento para um diálogo com o público, onde os presentes puderam fazer suas observações , além de tirar dúvidas com os profissionais palestrantes. O PSE vem atuando em Aracruz desde 2009 e contribuindo para o pleno desenvolvimento dos estudantes da educação básica da Rede Municipal de Ensino, por meio da articulação entre os profissionais do GTIM, que ofertam serviços em um mesmo território, visando propiciar a sustentabilidade das ações a partir da conformação de redes de corresponsabilidade.
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