Aracruz recebe exposição da imigração italiana
A exposição comemorativa pelos 150 anos da imigração italiana está rodando o Espírito Santo e chegou a Aracruz, no Museu Italiano de Guaraná. A exposição permanece em Guaraná pelos próximos 15 dias e depois, a exposição “Do Passado ao Horizonte, 150 Anos de Travessias” vai para o Shopping Oriundi, no Centro de Aracruz..
A cidade é um dos berços da imigração no país e não poderia ficar de fora do circuito por onde a exposição passará.
Ela faz parte dos eventos que marcam a comemoração da imigração italiana no Espírito Santo e no Brasil, e estará exposta simultaneamente em 21 cidades, de norte a sul do Estado. Ao final, você pode conferir os horários de visitação em cada local.
A exposição foi organizada pela Comunità Italiana, em parceria com o Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, o Governo do Estado, a Secult e conta com recursos da Lei de Incentivo à Cultura (LICC).
Foi dividida em quatro tempos, distribuídos em 20 lâminas de tecido, que retratam as motivações da emigração dentro do processo de Unificação Italiana, a viagem dos migrantes, o contato com o Novo Mundo e as perspectivas de futuro. Os quatro tempos foram identificados como a Origem, a Travessia, o Brasil e o Futuro.
As obras já estão abertas ao público em Vitória, Vila Pavão, Santa Teresa, Ibiraçu, Marechal Floriano, Anchieta, Alfredo Chaves e Castelo. Nos próximos dias, chegará a Venda Nova do Imigrante (03), Marilândia (04), Itarana (05), Itaguaçu (06) e Nova Venécia (07).
Momentos históricos
O processo imigratório italiano em massa para o Brasil iniciou em fevereiro de 1874, há 150 anos, com a chegada da Expedição Tabacchi à baía de Vitória, no dia 17 de fevereiro. O Brasil é atualmente o segundo país com o maior número de descendentes de italianos do mundo (cerca de 30 milhões) e a maioria deles está nas regiões Sul e Sudeste. O Espírito Santo foi a principal porta de entrada deles.
A migração foi um resultado de um processo mais longo de Unificação Italiana, concluído em 1871. Antes disso, a Península Itálica era formada por reinos, ducados, repúblicas, principados e cidades muito diferentes, cada um com suas leis, moeda, tradições, dialetos e costumes.
Durante e após os conflitos, a fome e a pobreza, juntamente com a falta de trabalho, desencadearam um intenso processo de migração dentro do território e fluxos de emigração para outros países, principalmente Estados Unidos, Brasil e Argentina. O contexto histórico pós-Unificação era de crise e desagregação, tanto nos campos quanto nas cidades. Como em toda zona de tensão militar, os movimentos populacionais, com fugitivos, refugiados e combatentes, eram constantes em toda a Itália.
“A exposição que preparamos conseguiu trazer para as telas uma demonstração muito bonita e forte de diferentes períodos históricos. Será emocionante, especialmente para os descendentes dessa história relembrarem o que eles viveram ou ouviram de seus familiares”, reforça Cilmar Franceschetto, diretor-geral do Arquivo Público do Espírito Santo, que também é autor de dois livros sobre a presença italiana no Estado e no Brasil.
Para a presidente da Associação Comunità Italiana, Rosa Maioli, a realização da exposição tem grande importância para a preservação da memória e identidade dos descendentes de italianos.
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