Conscientizar e orientar a população sobre a importância de não incentivar a permanência de pessoas em situação de rua por meio da oferta de dinheiro, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Semds) promoveu uma ação de panfletagem na manhã desta quinta-feira (16), em sinais de trânsito do centro da cidade, comércios e igrejas. A iniciativa contou com o apoio da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semurb) e da Polícia Civil.

A ação faz parte da campanha “Não dê dinheiro, dê cidadania”, promovida pela Semds, que busca estimular a solidariedade consciente, fortalecendo o acolhimento social como instrumento real de transformação e propondo um olhar mais humano e responsável sobre a mendicância.

Thereza Alves passava por um dos pontos de panfletagem e comentou sobre a iniciativa.
“Nossa cidade tem recebido um grande número de moradores de rua, o que nos deixa, de certa forma, inseguros e incomodados com a permanência deles pela cidade. Entender que não devemos contribuir com esse hábito por meio da doação de dinheiro é importante, e essa ação vem para fortalecer esse pensamento e conscientizar as pessoas”, disse.

Para o delegado Roberto Fanti, a união entre os poderes é essencial para fortalecer a oferta de cidadania.
“Como Polícia Civil, entendemos a importância de trabalhar em conjunto para realizar uma ação ampla, que sensibilize a sociedade aracruzense sobre o verdadeiro sentido de ajudar. A ajuda que transforma não é a oferta de dinheiro, e sim a cidadania, que pode ser garantida por meio dos serviços oferecidos pelo poder público municipal”, destacou.

De acordo com a secretária de Desenvolvimento Social, Rosilene Filipe, o principal objetivo da ação é promover a conscientização.
“A campanha busca mostrar à população que, ao doar dinheiro a pessoas em situação de rua, muitas vezes acabamos impedindo que elas aceitem o apoio e os serviços oferecidos pela Semds. Nosso papel é garantir que cada uma tenha acesso a programas e oportunidades que possibilitem recomeçar. Quando oferecemos dinheiro, em vez de apoio, acabamos mantendo o ciclo da exclusão e dificultando a saída dessas pessoas das ruas”, ressaltou.

Trabalho da Semds

Diariamente, as equipes da Semds realizam abordagens sociais e acompanhamentos individuais, oferecendo encaminhamentos para saúde, assistência, trabalho e acolhimento às pessoas em situação de rua.
Mensalmente, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), é realizada uma ação conjunta, com o objetivo de romper o ciclo da vulnerabilidade e promover a reintegração social.

Entre os serviços ofertados diariamente estão:

• Encaminhamento à rede de Saúde, incluindo CAPS, Hospital, Unidades Básicas de Saúde e o CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento);

• Encaminhamento para tratamento de dependência química e alcoolismo;

• Atendimento psicológico e social com equipe técnica do Lar da Esperança;

• Encaminhamento para o mercado de trabalho, em parceria com instituições e empresas locais;

• Acolhimento institucional provisório, para adultos que manifestam desejo de sair das ruas, mediante análise individual e estudo de caso;

• Concessão de passagens rodoviárias, kits de higiene pessoal e apoio para emissão de documentos;

• Ações permanentes de abordagem social, que incluem escuta ativa, orientação e encaminhamento para políticas públicas adequadas.

Ajude de forma consciente

A campanha reforça um apelo direto à população: dar dinheiro nas ruas não resolve o problema, mas perpetua o sofrimento.
Ressalta-se a importância de a população estar bem informada quanto aos serviços a serem acionados de acordo com cada situação:

• Seu gesto pode ser muito mais transformador quando você aciona o serviço especializado: Serviço de Abordagem Social: (27) 99750-5222.

• Casos em que o usuário apresente surtos psicóticos, crises ou desmaios, o serviço a ser acionado é o Samu (192).

• Situações que envolvam qualquer tipo de ação que constitua crime — como quebrar carros, invadir estabelecimentos comerciais ou residenciais, cometer agressões físicas, expropriar bens, exibir partes íntimas do corpo, praticar atos obscenos em locais públicos, participar de brigas ou discussões violentas, entre outros — devem ser comunicadas à Polícia Militar (190).